IMPORTÂNCIA DO SETOR AGRÍCOLA NO URUGUAI
A abundância de recursos naturais e fatores de produção dá ao Uruguai vantagens comparativas na produção de alimentos. Como a grande maioria de seu território, mais de 90%, é adequada para a agricultura e a pecuária, o Uruguai se destaca como um fornecedor global confiável de alimentos e produtos agrícolas .
O setor agropecuário contribui com 6-7% para o PIB do Uruguai no período de 2015-2019. Ao considerar os subsetores e as indústrias relacionadas, muitas vezes referidos coletivamente como o setor agroindustrial, sua contribuição para o PIB varia entre 14% e 16% no mesmo período.
O agronegócio não apenas tem um impacto direto, mas também impulsiona positivamente outros setores por meio de vínculos produtivos, tanto para trás, aumentando a demanda por serviços como transporte, armazenamento, produção de insumos e telecomunicações, quanto para frente, fornecendo insumos essenciais para outros setores.
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Durante a temporada de 2021-2022, a área total cultivada aumentou 14% em relação ao ano anterior, com as áreas agrícolas atingindo 94% de seu pico histórico. Esse aumento se deve principalmente à expansão de culturas como a soja, a colza, que dobrou sua área semeada nos últimos dois anos, e a cevada, além de contribuições mais modestas do arroz e do milho.
O setor de agronegócios empregou cerca de 210.000 pessoas em 2021, representando 13% da força de trabalho do país. Desses, 80.100 empregos estavam diretamente relacionados à agricultura e aos setores associados.
Lei de Investimentos (Nº 16.906)
Em outubro de 2020, entrou em vigor um novo regulamento que teve um impacto positivo no número de projetos de investimento apresentados, revertendo a tendência negativa dos anos anteriores. De fato, os projetos relacionados ao setor de agronegócios aumentaram de uma média de 60 entre 2015 e 2019 para mais de 500 projetos em 2021.
As exportações agroindustriais representaram 80% do total de exportações de mercadorias em 2021, atingindo US$ 9,07 bilhões e registrando um aumento de 39% em relação ao ano anterior. Desses, os produtos agrícolas totalizaram US$ 2.415 milhões, um aumento de 21%. Commodities como soja, trigo e cevada não processada foram fundamentais para o crescimento das exportações em 2021.
O aumento dos preços internacionais das commodities agrícolas foi crucial para a expansão da área cultivada na temporada 2022-2023.
PARTICIPAÇÃO DO SETOR AGRÍCOLA NO PIB
A agricultura é um componente essencial do setor agrícola no Uruguai, contribuindo com 6-7% para o Produto Interno Bruto (PIB) do país entre 2015 e 2019. Quando os subsetores e as indústrias relacionadas são somados, isso é chamado de setor agroindustrial, cuja contribuição para o PIB varia entre 14% e 16% no mesmo período.
Além de sua contribuição direta, o agronegócio impulsiona a atividade econômica em outros setores por meio da criação de cadeias de valor a montante – aumentando a demanda por serviços como transporte, armazenamento, produção de insumos e telecomunicações – e cadeias de valor a jusante, em que uma parte significativa dos produtos agroindustriais é usada como matéria-prima em vários setores.
O Banco Central do Uruguai (BCU) está atualmente atualizando seus métodos estatísticos para alinhá-los aos mais recentes padrões internacionais. Essa transição resultou na falta de dados discriminados por setor nos últimos dois anos, o que complica a análise da evolução recente dos diferentes setores que compõem o setor primário, especialmente a agricultura.
As informações apresentadas combinam dados do PIB global para 2021 com um detalhamento do subsetor com base em contribuições específicas para o PIB em 2019, o último ano registrado usando a metodologia anterior.
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Em 2021, o PIB do Uruguai foi de US$ 59 bilhões, dos quais 8% vieram de atividades primárias, incluindo pecuária, agricultura, silvicultura, mineração e pesca. A pecuária foi a atividade primária mais importante, respondendo por 4,7% do PIB, seguida pela agricultura, com 2,2%, e pela silvicultura, com 0,6%.
INVESTIMENTO NO SETOR AGRÍCOLA
Conforme mencionado acima, em outubro de 2020, uma nova regulamentação foi implementada de acordo com a Lei de Investimentos (nº 16.906), que teve um efeito favorável sobre o número e o valor dos projetos de investimento apresentados, especialmente notável no campo agroindustrial. Os projetos nesse setor tiveram um salto significativo de uma média de 60 entre 2015 e 2019 para mais de 500 projetos em 2021. Essa reforma regulatória catalisou o interesse no setor, que respondeu por 17% do total de projetos em 2020, aumentando para 32% entre janeiro e setembro de 2021. Esse aumento representou a maior variação anual (213%) em comparação com outros setores.
De 2010 a 2020, o setor agrícola atraiu investimentos de mais de US$ 4,7 bilhões, dos quais 35% vieram do agronegócio. No setor agrícola, os investimentos foram distribuídos igualmente entre produção agrícola (10%), industrialização de produtos agrícolas (10%) e serviços associados (13%), enquanto 2% foram destinados à produção de insumos. Vale a pena mencionar que 21% dos investimentos no setor agrícola não foram alocados em atividades específicas, mas os investimentos em transporte de carga (3%) e outros serviços relacionados (8%) sugerem um impacto ainda maior da agricultura sobre o investimento setorial.
O setor agrícola tem recebido um fluxo significativo de investimentos, principalmente direcionado à adoção de tecnologia avançada para a produção de grãos. As empresas estrangeiras, especialmente as argentinas, desempenharam um papel crucial nesse sentido. Além disso, alguns dos maiores comerciantes de grãos do mundo, como ADM, Bunge, Cargill, Louis Dreyfus e COFCO, estabeleceram operações no país, destacando a importância estratégica do Uruguai no setor agrícola global.
EMPREGO NO SETOR AGRÍCOLA
Em 2021, o mercado de trabalho no Uruguai contava com 1,61 milhão de trabalhadores. Durante esse ano, houve uma recuperação de cerca de 48.600 empregos em comparação com o ano anterior.
De acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), o número de pessoas empregadas voltou a níveis semelhantes aos observados antes da pandemia, chegando a 1,65 milhão. Ao mesmo tempo, cerca de 144.000 pessoas estavam desempregadas, constituindo 8% da população economicamente ativa.
No agronegócio, aproximadamente 210.000 pessoas estavam empregadas em 2021, das quais 127.000 estavam no setor agrícola, representando 8% do número total de trabalhadores no país. Os 83.000 funcionários restantes estavam empregados em setores associados, constituindo 5% da força de trabalho total.
A atividade com o maior número de empregados no setor agrícola foi a pecuária, com 75.000 pessoas, seguida pela agricultura, com 41.100 trabalhadores. De modo geral, o setor agroindustrial registrou um aumento de 11.000 empregos no último ano. A indústria ligada ao setor agrícola apresentou uma recuperação notável, com um aumento de 8% no emprego em relação ao ano anterior, impulsionado por um aumento de 21% na indústria pecuária e de 47% na silvicultura.
Cerca de 80.100 pessoas estavam empregadas na agricultura e indústrias relacionadas em 2021, com 51% em atividades primárias e os 49% restantes na indústria.
O número total de empregos no setor permaneceu estável em comparação com 2020, embora tenham sido observadas tendências divergentes. Em 2021, a atividade primária aumentou 11%, impulsionada pelo bom desempenho da produção agrícola, que conseguiu recuperar quase todos os empregos perdidos durante a pandemia.
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Por outro lado, a atividade industrial registrou uma queda de 9% no mesmo ano, devido a uma redução no emprego nas áreas de panificação e produção de massas e macarrão, embora o emprego em moagem e outras atividades industriais relacionadas à agricultura tenha apresentado um aumento.
EXPORTAÇÕES AGRÍCOLAS
O setor agroindustrial desempenha um papel crucial no perfil de exportação do Uruguai. Com uma população de 3,5 milhões de habitantes, o país consegue atender às necessidades alimentares de cerca de 30 milhões de pessoas em todo o mundo. Graças à sua reconhecida confiabilidade como fornecedor de alimentos e produtos agrícolas, o Uruguai tem acesso a 160 mercados internacionais, consolidando sua posição como um dos principais exportadores de produtos como arroz, cevada, colza, malte e soja.
As exportações do agronegócio representaram 80% do total das vendas externas em 2021, totalizando US$ 9,07 bilhões e crescendo 39% em relação ao ano anterior. Dentro desse setor:
- Os produtos pecuários foram responsáveis por 32% do total de exportações de mercadorias.
- produtos agrícolas, com 21%.
- produtos florestais, com 19%.
A carne bovina encabeçou a lista de produtos exportados, respondendo por 21% do total, seguida pela celulose com 14%, soja com 8% e laticínios com 6%.
O aumento das exportações agroindustriais em 2021 coincidiu com um aumento nos preços internacionais das commodities, resultando em um aumento significativo no valor da maioria dos produtos exportados pelo Uruguai.
A carne bovina teve o maior impacto positivo nas exportações do país naquele ano, com um aumento acentuado no valor devido a preços melhores e a um aumento nos volumes exportados. Outros produtos agrícolas que tiveram aumentos significativos em seus preços de exportação incluem a celulose e a soja.
Principais países compradores de produtos agrícolas
1 – O Brasil foi o principal comprador, registrando um aumento de 7% nas compras, para US$ 572 milhões, o que constituiu 23% do total das exportações de produtos agrícolas. Esse crescimento se deveu principalmente a um aumento nas vendas de malte, que representaram 34% das exportações para o Brasil. Além disso, foram observados aumentos significativos nas vendas de cevada, trigo e outros gêneros alimentícios para aquele país. Em contrapartida, as exportações de arroz e soja, que representaram 9% e 3% do total, respectivamente, registraram quedas em relação a 2020.
2 – A China tornou-se o segundo maior destino das exportações uruguaias, atingindo US$ 477 milhões, valor que permaneceu estável em relação a 2020. A soja, que constitui 77% das exportações para a Ásia, sofreu uma redução de 8% na comparação anual, totalizando US$ 440 milhões em 2021. Em especial, o Uruguai exportou cevada para a China pela primeira vez, alcançando US$ 23 milhões e tornando-se o segundo produto agrícola mais importante nesse mercado. Margarina e derivados de petróleo vieram em seguida em importância, com vendas de US$ 6 milhões.
3 – O Egito foi o terceiro maior destino de exportação em 2021, respondendo por 13% do total. As remessas para esse país africano totalizaram US$ 322 milhões, um aumento de 150% em relação a 2020. A soja foi responsável por 97% dessas exportações, tornando o Egito o segundo destino mais importante para essa cultura uruguaia. Além disso, 2021 marcou o primeiro ano em que o Uruguai exportou trigo para o Egito, totalizando US$ 9 milhões.
4 – A Europa se estabeleceu como o quarto destino de exportação, com vendas totais de US$ 266 milhões. O arroz liderou essas exportações, respondendo por 36% do total e registrando um crescimento de 25% em relação a 2020. As vendas de colza, margarina e óleos, bem como de frutas não cítricas, também aumentaram. A Turquia (23%), o Reino Unido (20%) e a Holanda (13%) foram os principais mercados do bloco europeu.
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Outros mercados importantes para as exportações agrícolas uruguaias incluem a Argentina, com vendas de alimentos variados, margarina e óleos, e soja; México, com foco principalmente em alimentos variados; Peru, com exportações de arroz, malte e soja; e Iraque, onde o arroz foi vendido quase exclusivamente.